O
espetáculo “Encarcerados” resgata a reflexão, nunca tão atual, a respeito dos
diversos níveis e facetas do que denominamos aprisionamento humano. Pois não
são apenas as celas, as grades e as correntes físicas, metálicas, que impedem
de nos movimentarmos em toda a nossa possibilidade, de alcançarmos aquilo que,
desde o princípio da consciência, denominamos liberdade, e que por consequência
delinearia o que mais próxima e plenamente podemos aferir como “humano”.
Seja um vício, uma obsessão, um
dogma, uma ideologia, uma enfermidade, uma perda. Cada um desses elementos pode
conter a sua própria cadeia, cuja penalidade percorre tanto o jugo do mundo
como o nosso, pois em grande parte dos casos somos o nosso próprio juiz e
carcereiro.
Nesse sentido, o espetáculo encena,
por meio de monólogos intercalados, microcosmos (in) dependentes do universo de
encadeamento que nos tolhe e torna ignorantes, alienados àquilo que nos
delimita, dotando de uma textura intensamente dramática as muitas formas que um
cárcere pode conter.
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